quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pfizer inova e vai vender Viagra mais barato do que genérico

Pfizer inova e vai vender Viagra mais barato do que genérico
08 de junho de 2010 - Direto de São Paulo
A pouco mais de uma semana do vencimento da patente do Viagra (usado em casos de disfunção erétil masculina), a farmacêutica Pfizer anunciou, nesta terça-feira, a redução pela metade no preço do produto. De acordo com o Diretor da Unidade de Negócios Primary Care da Pfizer Brasil, Adilson Montaneira, a pílula azul custará, a partir desta quarta-feira, menos do que a composição genérica e o Viagra continuará presente no mercado. O anúncio acontece 41 dias após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definir que o direito do fabricante sobre a patente do medicamento expira no dia 20 de junho.

O produto ocupa o terceiro lugar no faturamento do laboratório Pfizer e a intenção da ação "é que ele continue no mercado", segundo Montaneira. "É uma medida inovadora, geralmente as empresas acabam deixando de lado um produto quando perdem a patente", disse ele.

"Temos que nos adequar ao mercado para seguir com competitividade", afirmou o diretor sobre a decisão da empresa. Segundo ele, cada comprimido custará em média R$ 15 e, ainda, será lançada uma cartela com apenas uma pílula, "o que vai facilitar ainda mais o acesso da população". "Isso com a qualidade e segurança que o composto provou ter durante estes 12 anos de existência", disse Montaneira.

O laboratório informou que, em média, seis pílulas azuis são comercializadas por segundo. Só em 2009, foram vendidos aproximadamente 7 milhões de comprimidos, de acordo com dados da consultoria IMS Health.

"Com a embalagem de um comprimido, a ideia é incentivar mais médicos a prescreverem o produto, bem como mais pacientes a utilizarem, para que possam comprovar os ganhos em saúde e qualidade de vida que eles podem obter por meio de uma vida sexual ativa", disse o diretor.

Mesmo assim, Montaneira não espera lucros excessivos. Segundo ele, quando uma empresa perde a patente de um produto, perde também mais da metade de sua representação no mercado. "Manter cerca de 60% das vendas que tínhamos já está bom (...) Vale o sacrifício", afirmou o diretor, confiante de que a quantidade de vendas compense a queda do preço.

Do ponto de vista da medicina, a decisão da Pfizer "é positiva para médicos e pacientes", afirmou o diretor médico da empresa, João Fittipaldi. "Dar acesso a mais pacientes à qualidade do nosso produto é bom", afirmou. Para o médico, "poder receitar o Viagra que ele já sabe como funciona, que é seguro, sem ter a preocupação de encontrar outro medicamento e prescrever sem conhecer também é bom", disse.

A iniciativa contribuirá ainda para a diminuição do consumo de medicamentos falsificados, uma vez que o preço mais acessível favorecerá a compra do produto original. A gravidade do problema é tal que um estudo feito pela Pfizer em 14 países europeus e publicado no International Journal of Clinical Practice (Revista Internacional de Clínica Prática, em inglês) mostra que o mercado de medicamentos falsificados movimenta cerca de 10,5 bilhões de euros por ano. O estudo também revela que apenas uma em cada dez pílulas de Viagra apreendidas no Reino Unido continha o princípio ativo do medicamento - a sildenafila -, na mesma quantidade que o comprimido original.

Em 2009, a Pfizer lançou uma nova embalagem para o Viagra, com dispositivos que dificultam a falsificação. Entre eles estão a colagem das caixas, que quando abertas, as quatro abas se descolam e são danificadas. A embalagem do Viagra possui também o selo holográfico de segurança e a "raspadinha" - uma superfície coberta com tinta que reage quando friccionada com um objeto metálico (uma chave ou moeda, por exemplo). Sob essa tinta, aparece a palavra "Qualidade" e o logotipo da Pfizer.

"É importante que o consumidor adquira o produto original. E, para isso, vale lembrar de outros procedimentos ao comprar um medicamento, como adquiri-lo em estabelecimento idôneo, solicitar nota fiscal e observar se a embalagem não está violada", disse Montaneira.

Perda dos direitos
A queda da patente, tanto para Montaneira como para Fittipaldi são vistas como parte de um ciclo no setor farmacêutico. Segundo Fittipaldi, o desenvolvimento de um novo medicamento custa hoje cerca de $1 bi e o que possibilita este investimento é o lucro que um produto gera enquanto ainda está com os direitos preservados à empresa criadora. "A perda da patente é natural. (...) Não existe um tempo certo, mas uma hora tem que acontecer". Atualmente, a Pfizer desenvolve 180 moléculas para a criação de novos medicamentos, "se não tivesse essa preservação de direitos, não conseguiríamos investir".

Em análise aos avanços da medicina ao longo dos anos, Fittipaldi comparou como era feito o tratamento para disfunção erétil até meados dos anos 90 - injeção intravenosa ou prótese - com o que a indústria farmacêutica já disponibiliza hoje - apenas um comprido.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Consulta pública recebe sugestões sobre registro de saneantes

Consulta pública recebe sugestões sobre registro de saneantes

O objetivo da proposta é desburocratizar e agilizar procedimentos de registro desses produtos. Considerada a principal norma da área de saneantes, a resolução esclarece.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu, nesta segunda-feira (17), a Consulta Pública 45, que dispõe sobre os procedimentos e requisitos técnicos para a notificação e registro de produtos saneantes. Profissionais de saúde, empresas da área e a sociedade em geral podem enviar suas contribuições durante os próximos 60 dias.

Segundo a gerente de saneantes da Anvisa, Tânia Pich, a proposta irá atualizar a resolução vigente (RDC nº 184 de 2001) e compilar, em um só documento, todas as normas da área relativas ao registro e notificação de saneantes. “Com a nova resolução, os produtores irregulares poderão enxergar que o processo de registro é bem simples, o que pode estimular a regularização do setor”, destaca Tânia.

O objetivo da proposta é desburocratizar e agilizar procedimentos de registro desses produtos. Considerada a principal norma da área de saneantes, a resolução esclarece, por exemplo, quais os documentos necessários para registro, os requisitos de embalagem e rotulagem e os critérios utilizados para comprovação do prazo de validade, entre outros.

As contribuições podem ser encaminhadas por escrito, em formulário próprio, para a Anvisa, pelo endereço SIA Trecho 5, Área Especial 57, Brasília- DF, CEP 71.205-050; por fax (61) 3462-5704; ou por e-mail: cp45.2010@anvisa.gov.br .

terça-feira, 18 de maio de 2010

Farmácias de manipulação: NÃO À BITRIBUTAÇÃO

Farmácias de manipulação: não à bitributação

As mais de 800 farmácias de manipulação do município do Rio de Janeiro correm o risco de fechar as portas. O setor enfrenta um impasse com a Lei Municipal 116 de 2003, que classifica a manipulação de fórmulas como uma atividade sujeita a cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviços). O fato é relevante, porque as farmácias vendem e cobram pelo produto acabado e não pelo serviço. Por isso, sempre foram tributadas pelo Estado, sofrendo a incidência do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias).

Hoje, as farmácias que estão ou não incluídas no sistema de tributação pelo Simples Nacional, já pagam os tributos legalmente cobrados pelo Estado que, por sua vez, repassa ao município a cota devida. Com a cobrança também do ISS, os farmacêuticos magistrais não resistirão à alta carga tributária.

Se isso ocorrer, a falência de muitas destas empresas será inevitável.

De forma rígida e ignorando a necessidade da população, a prefeitura exige o pagamento retroativo do imposto, o que vem causado um grande transtorno para o setor. Trata-se de uma brutal espoliação tributária, que afeta diretamente as farmácias e, consequentemente, a sociedade como um todo. Isso mostra que a tão falada integração entre estado e prefeitura do Rio é algo ?para inglês ver?. É inacreditável, mas os poderes estão unidos contra o cidadão que faz uso de medicamentos comercializados pelas farmácias de manipulação.

É preciso agir.

Definir qual o tributo mais adequado para as farmácias e evitar a bitributação, que irá prejudicar o comércio de medicamentos, é fundamental.

Além disso, é importante o poder público entender que a redução da carga tributária e da burocracia do sistema é ponto essencial para o crescimento econômico, sobretudo para a operação de micro e pequenas empresas. Ageraçãodeempregos, renda e riquezas está intimamente ligada à atividade do empreendedor e às empresas de pequeno porte, mas a complexidade do sistema tributário estrangula essas iniciativas. As farmácias de manipulação exercem um papel de extrema importância nos cuidados com a saúde, tratando de pacientes que necessitam de medicamentos individualizados, em alguns casos, sem corantes, sem conservantes ou similares.

Ou seja, trata-se de um segmento fundamental para a saúde das famílias cariocas.

Por isso, realizaremos na Assembleia Legislativa do Rio uma audiência pública para tratar da questão. Em face da gravidade e importância do tema, vejo de forma imprescindível a resolução deste assunto. Essa é a nossa obrigação.

Fonte: Jornal do Brasil